Uma pesquisa realizada pela empresa Bulla em 2021 revelou um crescimento de 238% nos empréstimos pessoais realizados fora de agências bancárias. Para além de adquirir um imóvel financiado, boa parte desse número foi para os brasileiros pagarem dívidas, incluindo contas básicas da casa, como água, luz e aluguel.
Com cada vez mais dinheiro circulando na conta, fica a dúvida se o valor do empréstimo obtido precisa ser incluído na declaração anual de imposto de renda de pessoa física. Segundo Rogério Cardozo, diretor-executivo de uma fintech nacional, o valor declarado só é exigido se for superior a R$ 5.000.
Conheça a seguir algumas dicas para registrar corretamente seu empréstimo para fins de Imposto de Renda e não cair em irregularidades evitáveis na hora de somar os valores.
Quando é necessário declarar o imposto de renda?
Muitas pessoas ficam preocupadas durante a declaração do imposto porque não sabem se devem enviar ou não. No Brasil, quem ganha mais de R$ 28.000 deve apresentar uma declaração anual de imposto de renda, incluindo salários CLT, rendimentos de investimentos, aluguel, férias, benefícios, etc.
Também estão incluídos na conta o seguro-desemprego, prêmios de loteria ou espólio, indenizações e outros valores recebidos diretamente da fonte.
Fiz um empréstimo, preciso declarar no imposto de renda?
depende. Os motivos para fazer um empréstimo podem variar, desde despesas emergenciais com assistência médica, reparos de automóveis, reforma da casa e despesas pessoais, até financiamento imobiliário. Para empréstimos acima de R$ 5.000, a Receita Federal obriga o contribuinte a declarar o valor recebido.
Acima desse valor, independentemente do motivo do empréstimo, pode variar desde financiamento pessoal ou financiamento de equipamentos eletrônicos (renovação) até contratos de cheque especial.
Os financiamentos imobiliários e de veículos se enquadram na categoria “Bens e Direitos”, o que significa que devem ser declarados separadamente dos empréstimos pessoais e consignados.
Como declarar valores de empréstimos corretamente no IR
Ao inserir sua renda do período no relatório de IR, o empréstimo deve ser informado em Dívidas Reais e Ônus. Essas informações devem incluir detalhes completos da instituição que financia o valor, como CNPJ, e detalhes do empréstimo, como valor, tipo e data.
Na mesma aba, ainda é necessário informar a situação do desembolso do empréstimo, bem como o valor atualizado pago e não pago, parcelado ou à vista. Se o empréstimo foi feito no ano anterior ao ano de referência, o valor do período também deve ser incluído.
No relatório a seguir, você deve inserir as mesmas informações, menos o valor pago e o valor ainda devido.
É melhor fazer a declaração por conta própria ou contratar uma pessoa contadora?
Se ao longo do ano você manteve suas finanças organizadas, com comprovantes de pagamento e recibos de pagamentos em escolas, de bens como automóveis, imóveis e empréstimos, é possível realizar a declaração em casa de forma tranquila, basta separar um momento de total atenção para isso.
Porém, se seus ganhos somam uma quantia grande e você não quer arriscar cair na famosa malha fina, contratar uma pessoa especializada em declaração de impostos pode ser uma alternativa mais segura. Lembre-se que todos os recibos e comprovantes financeiros ainda serão necessários, e, quanto mais detalhados, melhor.
Conclusão
Esperamos que essas dicas ajudem você a declarar seu imposto de renda corretamente, principalmente se você fez um empréstimo no ano passado em uma instituição bancária ou uma fintech que oferece empréstimos facilitados e uma vantagem para quem precisa de um dinheirinho extra.